Bispo de Baucau lamenta morte de "amigo de Timor Leste"
"Guardo muito boas recordações de D. José Policarpo. Mas, as recordações mais particulares, guardo-as da proximidade de D José em relação a Timor. Em 1999 [ano da consulta popular que conduziu o país à independência], acompanhou muito de perto o problema de Timor e praticamente estivemos em comunicação todos os dias. Ele ligava-me para estar inteirado e saber como o país se encontrava", disse Basílio do Nascimento em declarações à Lusa.
O bispo de Baucau reconheceu que foi "completamente apanhado de surpresa" com a notícia da morte de José Policarpo, sentindo "muita tristeza" pelo sucedido.
O patriarca emérito José da Cruz Policarpo morreu na quarta-feira em Lisboa, aos 78 anos, na sequência de um problema cardíaco, disse à agência Lusa fonte da família.
Basílio do Nascimento lembra ainda que ficou muito grato pelo então patriarca de Lisboa ter estado presente na altura da fundação da independência de Timor Leste, considerando que foi um momento "muito importante".
"Fez o favor ainda de ser meu amigo", salientou ainda o bispo timorense.
"Eu já o conhecia quando estava a trabalhar em Évora, já ele era bispo Auxiliar de Lisboa, era um homem que marcou a igreja portuguesa quer a nível da Universidade Católica e sobretudo quando se tornou patriarca. Creio que foi alguém que deu um contributo imenso para esta grande diocese", frisou Basílio do Nascimento.
O prelado morreu na sequência de uma operação a um aneurisma na aorta, num hospital de Lisboa, onde deu entrada depois de se ter sentido mal na manhã de quarta-feira.
O cardeal José da Cruz Policarpo era patriarca emérito de Lisboa, depois de ter sido patriarca de Lisboa entre 1998 e 2013.
O assessor do patriarcado, padre Nuno Rosário Fernandes, adiantou que as exéquias vão realizar-se na Sé de Lisboa, na sexta-feira, às 16.00.